Diário de um Noob - PARTE 8

terça-feira, 10 de novembro de 2009

http://www.pbot.kit.net/diariodeumnoobtk3.jpg
PARTE 8

<utevo lux>
Diário! Meu grande amigo.
Fico feliz por estar aqui novamente em suas páginas em branco, tentando lhe contar às loucuras que ando fazendo.
Eu queria tanto voltar para casa.
Sério, diário, queria tanto poder ver meus pais novamente. Sentir o abraço de minha mãe, o chá com a vovó nas tardes de domingo (se é que a “véia” ta viva ainda), brincar com minha cadela Chimbica, ou seja, ter uma vida normal. Fico pensando principalmente quando eu reencontrasse minha família. Como seria a reação deles?!... Surpreso por meu tamanho, mentalidade amadurecida... Muita história para contar. Hehe! Que coisa não é?! Às vezes penso em como vim parar aqui, mas sem muito tempo para refletir sobre isso. Ocupo-me tanto em descobrir onde estou ainda e nem tenho tempo de pensar como voltarei para casa. Será que terei uma vida simples no dia em que eu voltar, diário?!... Talvez eu sinta falta das aventuras que passei, dos momentos que estou vivendo que jamais viverei de novo, senão aqui. A vida é uma insatisfação não é?!...
Queremos sempre algo melhor para o futuro e mantendo a cabeça no passado. Que coisa maluca.

Maluco mesmo sou eu, meu caro, que me envolvo em cada coisa. <utevo lux>... Já sei do herói que sou apenas por sobreviver. Tenho a velha rotina de dormir no templo e treinar de dia. Isso, realmente me incomoda... E muito! Se eu estivesse em nosso mundo eu seria apenas mais um morador de rua, mas aqui as coisas são muito diferentes. É normal dormir na rua. É normal caçar para sobreviver. Posso comparar que vivemos num período “neolítico” até, diário, onde vivemos da caça, da pesca, da agricultura, sedentarismo. Mas falo neolítico, meu caro, pela época mesmo.
Acredito ter vindo do futuro, sei lá, talvez seja outra dimensão com a mesma época. É inexplicável. Bah!... Só sei que to aqui. To vivo e ta bom.

Pois é meu caro, as coisas são estranhas. Estava eu, tranquilamente treinando, quando sou chamado por Sir Bozo para caçar. Eu tava meio exausto de tanto correr atrás de veados, mas tava boa a caça. Peguei dois, gordinhos, que me rendeu uns bons filés. Já havia passado tanto tempo que eu treinava com pedras e lanças que eu me sentia bem, muito bem por sinal para conhecer algo novo. Velho diário, minha nossa, vou começar a anotar meus momentos de estupidez. Aceitei o convite de Sir Bozo e fomos para o sul de Thais. Indo adiante, enfrentamos uma alcatéia de lobos, muitas cobras, entramos em uma caverna com muitos ursos que, por sinal, nos rendeu muitos bifes também. Sir Bozo, durante duas horas seguidas, ficou rindo de alegria por ter conseguido extrair uma pata de urso com perfeição.

Só não sei pra qual finalidade. Se for para dar sorte, porque não escolheu um pé de coelho de vez não é?!... Pois então, saindo da caverna, descemos em direção ao “cais dos Minotauros”. Poxa vida, Diário, sei que Minotauros são bichos de tamanha força, que se iguala com a burrice, mas pra qual finalidade eles tinham um cais?! Fui entender a história há pouco tempo, contando que durante algumas guerras, esses monstrengos chifrudos invadiram o cais, impedindo que as mercadorias fossem entregues para a cidade onde Rei Tibianus governa. Fiquei admirado com tamanha iniciativa e esperteza dos bichos, mas isso não iria me impedir de matá-los. Ai foi o “X” da questão. Eu pensei em encontrar aqueles velhos Minotauros que eu vi em Rookgaard, com umas sungas vermelhas, porém vi um que pela aparência... <utevo lux> ...fez-me correr de uma forma que nem Forrest Gump me alcançaria. Era um monstrengo chifrudo, de roupa azul, com um machado na mão e "moicano" vermelho. A única lança que eu tinha em mãos, joguei nele, em vão, óbvio. Parece nem ter feito cócegas no bicho. Encurralado eu, o bicho me alcançou, me dando uma bordoada, diário, que só num me nocauteou porque meu orgulho foi maior do que qualquer tombo de lutador de boxe, mas quase morri. Para a minha sorte, Sir Bozo atacava o bicho pelas costas com seu cajado, deixando-o tão fraco a ponto de eu vê-lo morrendo do nada. O cajado de Sir Bozo continha muita energia, era impressionante. Mas parecia ser que nem bunda, todo mundo tinha igual. Pior mesmo foi a bronca que levei vindo da cara risonha de meu amigo, que dizia: - Filho duma mãe leiter... Você é louco?... Nunca mais vá à frente enquanto você não conhece. – exclamou ele aos berros e aliviado por ter salvado um amigo. Sir Bozo tem sido um excelente companheiro.

Até ai tudo bem, diário. Pior mesmo foi ter seguido um pouco mais adiante, ao leste. Tirei de minha mochila uma sacola, que por sorte tinha algumas pedras ainda. As lanças, Bozo me arrumou, assim que acabara de achar um cadáver. O “moleque” pulava de alegria, nunca o vi tão feliz, mas eis que veio a “visão do inferno”, diário. Enquanto eu via Sir saltitar dando “urros” de felicidade, uma sombra o cobria lentamente de alguém ainda vindo ao longe. O tamanho me impressionou, fazendo minhas pernas amolecer. Sir Bozo apenas fez gestos com os dedos dizendo: - Vaza! – Ao longe eu o via correndo do mesmo monstrengo, homem, sei lá... Só sei que era imenso e caolho. Talvez, tinha apenas um olho. Hoje sei que o que vi era um Ciclope. Mas continuando, meu caro, a luta entre Sir Bozo e o gigantesco homem foi assustadora. Uma cena empolgante. Eu estava aflito sem poder fazer nada, não tinha ainda uma habilidade suficiente para acertar o Ciclope. Cada pedra e lança que eu jogava alternava os acertos. Não tirava sequer um sanguinho da cara do gigante. Dava para ver ao longe no rosto de Bozo a indignação por ter levado uma pedrada na cara. Sir corria atacando aos poucos com seu cajado e esquivava do pesado murro que o gigante bobão tentara lhe acertar. A luta durou alguns minutos, com meu amigo vencendo. Eu torcia para que ele ganhasse mesmo, caso contrário, eu iria ser perseguido pelo “hominho grande”. Tudo tranqüilo até então, diário, levei um sermão e estou certo de que tenho que treinar mais minhas técnicas de arqueiro, e não ficar... <utevo lux>... Tentando adquirir habilidades mágicas. Mas é tão legal dar a luz. Hehe!... Não demorou muito até que eu “quase” tivesse um surto de desespero novamente. Prosseguimos com nosso trajeto e adiante, encontramos mais três dos imensos homens. Pois é, diário, ai o bicho pegou. Foi hora do matar ou morrer. Sir bozo sugeriu o “correr” e disparou na minha frente. Apavorado pelos monstros que tapavam todo o sol assim que se aproximavam de mim, corri feito um Gnu fugindo de leões. À medida que eu corria, procurava Sir que desapareceu. Os gigantes ainda me perseguiam. Abri minha sacola de pedras, e sem olhar, ia tacando para trás acreditando numa possibilidade de pelo menos atingir o único olho dos bichos. Pior mesmo foi surgir próximo aos Minotauros. Outros foram enviados ali para cuidar novamente do cais. Ai pronto diário. Parei, fechei os olhos, esperei a morte apenas. Pensei comigo nesses últimos instantes “... será que dói?”, mas ao abrir os olhos novamente, todos, mas todos os bichos estavam esticados no chão, mortos. Ao longe, eu via alguém, muito conhecido por sinal, que dizia: - Viva agora, pois estou te dando uma chance de se vingar seu imbecil. – Reconheci apenas pelo tom de voz... Era Lord Trapper.

Meu ódio me fez quase ter um “treco”. Não consigo admitir até agora. Eu preferia ter morrido diário. Preferia sentir o prazer de voltar ao templo, ou voltar para casa... Não sei. Mas aceitar ajuda de um bastardo como Lord Trapper, ai, ai! Isso foi horrível. De certa forma foi bom. Hoje, diário, estou mais motivado a treinar. Estou mais ágil em minhas fugas de alguns bichos, e “pessoas assassinas”. Estou apenas me dedicando para hora “H”.

Foi mais ou menos isso meu caro. Em seguida, depois desta loucura de Lord Trapper, encontrei Sir Bozo em Thais, que me pedia desculpas por ter me deixado na mão. Apenas lhe disse que não tinha problema, mas deixei no ar aquele mistério de que algo acontecera. Bozo ficou pensativo, mas não comentou nada.
Estou acabado, diário. Não sei o que quero mais. Mas é isso, meu caro, espero ansiosamente agora para aprender alguns truques que todo arqueiro deve saber por essas bandas. Não precisarei procurar flechas por corpos não. Aprenderei a fabricá-las. Tem todo um processo, é como um passe de mágica... <utevo lux>... Como fazer luz. Só os que têm vocação para isso adquirem essa técnica. Vamos ver como me saio.

Treinarei mais a partir de agora. Estou precisando muito de dinheiro e Sir Bozo me levará a caverna dos Anões. Diz ele que esses anões mineiros guardam uma riqueza fora do comum. Pedras preciosas, ouro... Muitas coisas. Esses anões trabalham a centenas de anos na famosa "Kazordoon" e não são de compartilhar sua fortuna com os humanos e outros monstros. Espero eu não encontrar nenhum Smaug* por lá. Não estou nada tranqüilo, diário. Acabo me envolvendo em cada coisa que comecei a ficar assustado novamente. Mas espero voltar bem para te contar novas aventuras, meu velho.
Grande abraço.

Newberson
(04/05/2007)

0 comentários:

Sexy no Celular +18